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domingo, 23 de agosto de 2009

O Evangelho de Hoje: Autêntico ou Sintético?




Você pode não concordar com todas as afirmações de Walter Chantry, neste livro, mas uma coisa é certa: ele lhe fará examinar o conteúdo e os métodos que você tem utilizado em sua evangelização, à luz da Bíblia.
Publicado inicialmente em 1970, na Inglaterra, este livro teve uma divulgação surpreendente nos Estados Unidos. Isto porque Chantry, em sua mensagem, declara que a grande parte do que é utilizado hoje em dia como evangelismo, está tão distanciado dos princípios bíblicos, que passamos a ter um novo Evangelho “Sintético”, que não é o que foi pregado por Jesus. Acusação séria? Sim, mas digna de exame e consideração, principalmente no Brasil, onde observamos um crescimento aparente nas denominações diversas e em campanhas várias de evangelização, mas onde notamos também um descaso cada vez maior por princípios doutrinários básicos, em favor de uma “unidade” e cooperação artificiais.
Walter Chantry é um pastor batista, que ministra na cidade de Carslisle, Pennsylvania, Estados Unidos, desde 1963, quando formou-se do seminário. O seu desejo, e o nosso também, é que o amado irmão, ao ler este livro, o faça como os bereanos, que mesmo recebendo a mensagem diretamente de Paulo, examinavam “cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim”. Esperamos assim, que possamos nos tornar melhores obreiros, fiéis à causa e à mensagem do Mestre, reconhecendo sua soberania em nossas vidas e trabalhando única e exclusivamente para a Sua glória.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Coletâneas de Aconselhamento Bíblico


VOLUME 1
Perguntas Raio X: descobrindo os porquês e os motivos do comportamento humano – David Powlison
Exaltar a dor? Ignorara a dor? O que fazer com o sofrimento? – Edward T. Welch
Como você se sente? – David Powlison
Quem somos? Necessidades, anseios e a imagem de Deus no homem – Edward Welch
Sua aparência: o que os padrões atuais dizem e as imagens retratam – David Powlison
E se você não foi amado por seu pai? – David Powlison
Crítica aos integracionistas atuais – David Powlison LEIA!
Déficit de atenção/Hiperatividade: o que você precisa saber – Edward Welch
Transtorno dissociativo de identidade: insight bíblico – Edward Welch
Homossexualismo: pensamento atual e diretrizes bíblicas – Edward Welch
Devemos nos casar – David Powlison e John Yenchko
Amor incondicional? David Powlison
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VOLUME 2
Aconselhe a Palavra – David Powlison
Mantenha a Verdade viva – John Bettler LEIA!
A interpretação da Bíblia e o aconselhamento – Jay Adams
Biopsiquiatria – David Powlison
Abrindo os olhos vedados: outra visão da coleta de dados – Paul Tripp
Coleta de dados: como o conselheiro contribui para o processo – Paul Tripp
Coleta de dados: estratégias para abrir olhos vedados – Paul Tripp
Tarefas práticas no aconselhamento bíblico: base teórica – Paul Tripp
Tarefas práticas no aconselhamento bíblico: exemplos – Paul Tripp
Palavras que edificam – Paul Tripp
Cuidado com as palavras – E. Bradley Beevers
Atingindo em cheio a sua preocupação – Robert Jones
Uma crítica ao DSM-IV à luz da Bíblia – John Babler
Como ajudar mulheres que comem em excesso – Elyse Fitzpatrick
Como ajudar mulheres com bulimia – Elyse Fitzpatrick
Como ajudar mulheres com anorexia – Elyse Fitzpatrick
Transtornos alimentares… para o restante de nós – Elyse Fitzpatrick
Mas afinal, o que é o aconselhamento bíblico? – Edward Welch
Você está bem preparado? – David Powlison
Como ajudar um aconselhado “psicologizado” – David Powlison
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VOLUME 3
Palavras confiáveis em tempos difíceis – Editorial
Aconselhamento é a Igreja – David Powlison
Uma filosofia bíblica para o ministério de aconselhamento: entrevista com Steve Viars
O rio do discipulado – Steve Viars
As manhãs corriqueiras de domingo e o dia-a-dia – Timothy Lane
Interprete a Bíblia, interprete a pessoa: entrevista com John Street
Quando os conselheiros e os aconselhados defrontam-se com o sofrimento – John Piper
Com o destino em vista: ajudando os aconselhados a verem a vida pela perspectiva do Salmo 73 – Paul Tripp
Palavras de esperança para aqueles que lutam com a depressão – Edward Welch
A ambigüidade na cura da alma – David Powlison
Motivação: por que faço o que faço? – Edward Welch
Eu não consigo me perdoar – Robert Jones
Irado com Deus – Robert Jones
Matando o dragão: uma luta contra a pornografia – David Powlison
Quais os limites da confidência no aconselhamento? – George Scipione
Resenhas:
As cinco linguagens do amor, de Gary Chapman
Conexão: o poder dos relacionamentos humanos, de Larry Crabb
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VOLUME 4
Os anseios pecaminosos do coração – Editorial
Afirmações e negações – David Powlison LEIA!
Pecado ou doença? – Edward Welch
O aconselhamento bíblico é legalista? – Edward Welch
Sabedoria no aconselhamento – Paul Tripp
O aconselhamento e a soberania de Deus – Jay Adams
Como ser um Barnabé – Cindy Patten
Levando a sério a impureza sexual em nossos dias – Tim Stafford
O caminho do sábio: como falar de sexo com os adolescentes – Paul Tripp
Uma perversão da intimidade: pornografia, masturbação e outros usos errados do sexo – Jeffrey Black
Sexo e espaço cibernético: Melissa Partain
Quando o problema é um pecado sexual: John Bettler
A armadilha da ternura – Jim Newheiser
Chega de procrastinação – Walter Henegar
Questionário de autoavaliação – Tim Keller e David Powlison
Como os relacionamentos de prestação de contas podem ser úteis para encorajar mudança bíblica? – Alan Medinger
Por que a luta com a tentação sexual algumas vezes é mais forte do que outras? – Alan Medinger
Resenha:
Mulheres ajudando mulheres, de Elise Fitzpatrick
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VOLUME 5
Algumas reflexões sobre os relacionamentos – Editorial
A suficiência das Escrituras para diagnosticar e curar a alma – David Powlison
Como Cristo nos transforma pela sua graça – Timothy Lane e Paul Tripp
Um coração cheio de orgulho – Max Benfer
Por que perguntar “ Por quê”? – Edward Welch
Não aguento mais você! – William Smith
Como compreender a ira – David Powlison LEIA!
Três mentiras sobre a ira e a verdade transformadora – David Powlison
Como alcançar o coração do conflito – David Powlison
Buscar e conceder perdão – Timothy Lane
Uma alternativa bíblica para responder à crítica – Louis Priolo
Sabedoria nos relacionamentos – Winston Smith
Como lidar com o fracasso no aconselhamento? – Jay Adams
Resenha:
Limites nos relacionamentos, de Henry Cloud e John Towsend
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VOLUME 6
Provérbios 22.6: garantia, incentivo ou ênfase em uma vida estruturada? – Editorial
Aconselhamento bíblico de crianças – Earl Cook
Ajuda aos pais de uma criança irada – Michael Emlet e David Powlison
Como ajudar uma criança enlutada – Judy Blore
Como aconselhar a criança adotada – Julie Lowe
Apenas uma adolescente – David Powlison
Dê ao seu adolescente uma visão da glória de Deus – Tedd Tripp
Comunique-se com os adolescentes – Tedd Tripp
Quando os filhos partem – Wayne Mack
Como os bons desejos transformam-se em maus desejos – Robert Jones
O que é “sucesso” para os pais de um adolescente? – Paul Tripp
Resenha:
Pastoreando o coração da criança, de Tedd Tripp
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VOLUME 7
Lidando com as rachaduras – Editorial
Você consegue ver? – David Powlison
Treinamento de líderes – Tony Giles LEIA!
Julgar à luz da Bíblia – D. Patrick Ramsey
Salmo 51: um guia bíblico para o arrependimento – David Covington
O sonho de quem? Que tipo de pão? – Paul Tripp
No olho do furação: como lidar com as crises – Ron e Sue Lutz
Convivendo com um marido irado – Edward Welch
Caminhando pelo vale sombrio do aborto espontâneo – Sue Nicewander
A Bíblia e a dor da infertilidade – Kimberly e Philip Monroe
Verdades inabaláveis para criar seus filhos sem a ajuda do cônjuge – Robert Jones
A dimensão espiritual do relacionamento conjugal – Jay Adams
O lugar de Deus no casamento – Rober Jones
Existe lugar para o ciúme no casamento? – John Bettler
Como aconselhar os casos de violência doméstica? – Edward Welch, Paul Tripp e David Powlison
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VOLUME 8
Sofrimento: chicote ou cinzel? – Carlos Osvaldo Cardoso Pinto
O evangelho terapêutico – David A.Powlison
Sofrimento e o Salmo 119 – David A. Powlison
Açúcar e limões: como é Deus em seu sofrimento? – Steve Estes e Joni Eareckson Tada
Ore além da lista dos enfermos – David A. Powlison
Não desperdice seu câncer – John Piper e David A. Powlison
A dor da perda: compreendê-la e tratá-la não é questão de um processo, mas de uma Pessoa – Paul Randolph
Estresse pós-traumático – Paul Randolph LEIA!
O conselheiro desanimado – Sue Nicewander
Ajuda aos ajudadores – Michael Emlet
Cuidado pastoral para missionários – John Sherwood e Scott Fisher
O pecado sexual e a batalha mais ampla e profunda – David Powlison
Como acontece a verdadeira transformação bíblica no momento de crise? – Heather L. Rice

domingo, 2 de agosto de 2009

A Urgência da Pregação

A Urgência da Pregação

Albert Mohler Jr.

Dr. Albert Mohler é o presidente do Southern Baptist Theological Seminary, pertencente à Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos; é pastor, professor, teólogo, autor e conferencista internacional, reconhecido pela revista Times como um dos principais líderes entre o povo evangélico norte-americano. É casado com Mary e tem dois filhos, Katie e Christopher.


A pregação atravessa tempos difíceis? Hoje está sendo travado um debate sobre o caráter e a centralidade da pregação na igreja. O que está em jogo é a integridade da adoração e da proclamação cristã.

Como isso chegou a acontecer? Levando em conta a centralidade da pregação na igreja do Novo Testamento, parece que a prioridade da pregação bíblica jamais deveria ser contestada. Afinal de contas, como observou John A. Broadus — um dos docentes fundadores do Seminário Batista do Sul dos Estados Unidos —, “a pregação é característica peculiar do cristianismo. Nenhuma outra religião tem realizado reuniões freqüentes e regulares de grupos pessoas para ouvirem instrução e exortações religiosas, uma parte integral do culto cristão”.

No entanto, muitas vozes influentes no evangelicalismo sugerem que a época do sermão expositivo já passou. Em seu lugar, alguns pregadores contemporâneos colocaram mensagens idealizadas intencionalmente para alcançar congregações seculares ou superficiais — mensagens que evitam a exposição do texto bíblico e, por implicação, um confronto potencialmente embaraçoso com a verdade bíblica.

Uma mudança sutil no início do século XX se tornou uma grande divisão no final do século. A mudança de pregação expositiva para abordagens mais temáticas e centradas no homem desenvolveu-se a ponto de se tornar um debate sobre o lugar das Escrituras na pregação e a própria natureza da pregação.

Duas afirmações famosas sobre a pregação ilustram essa divisão crescente. Refletindo, de maneira poética, a urgência e a centralidade da pregação, o pastor puritano Richard Baxter fez esta observação: “Prego como se jamais tivesse de pregar novamente, prego como um moribundo a pessoas moribundas”. Com expressão vívida e um senso de seriedade do evangelho, Baxter entendeu que a pregação é, literalmente, uma questão de vida ou morte. A eternidade pende na balança à medida que o pastor prega.

Contraste essa afirmação de Baxter com as palavras de Harry Emerson Fosdick, talvez o mais famoso (ou mal-afamado) pregador das primeiras décadas do século XX. Fosdick, que era pastor da Riverside Church, em Nova Iorque, provê um contraste instrutivo com o respeitado Baxter. Fosdick explicou: “Pregar é aconselhamento pessoal com base em grupos”.

Essas duas afirmações a respeito da pregação revelam os contorno do debate contemporâneo. Para Baxter, a promessa do céu e os horrores do inferno moldam a desgastante responsabilidade do pregador. Para Fosdick, o pregador é um conselheiro amável que oferece conselhos e encorajamento proveitosos.

O debate atual sobre a pregação é mais comumente explicado como uma argumento a respeito do foco e do formato do sermão. O pregador deve pregar um texto bíblico por meio de um sermão expositivo? Ou deve focalizar o sermão nas “necessidades sentidas” e nos interesses percebidos dos ouvintes?

É claro que muitos evangélicos contemporâneos favorecem a segunda opção. Instados pelos devotos da “pregação baseada nas necessidades”, muitos evangélicos abandonam o texto sem reconhecer que fazem isso. Esses pregadores podem ocasionalmente recorrer ao texto no decorrer do sermão, mas o texto não estabelece os assuntos nem a forma da mensagem.

Focalizar-se nas “necessidades percebidas” e permitir que elas estabeleçam os assuntos da pregação conduz inevitavelmente à perda da autoridade bíblica e do conteúdo bíblico no sermão. Contudo, esse modelo está se tornando, cada vez mais, a norma em muitos púlpitos evangélicos. Fosdick deve estar sorrindo no túmulo.

Os evangélicos antigos reconheceram a abordagem de Fosdick como uma rejeição da pregação bíblica. Um teólogo liberal confesso, Fosdick exibiu sua rejeição da inspiração, inerrância e infalibilidade das Escrituras — e rejeitou outras doutrinas centrais da fé cristã. Apaixonado pelas tendências da teoria psicológica, Fosdick se tornou um terapeuta de púlpito do protestantismo liberal. O alvo de sua pregação foi bem captado pelo título de um de seus muitos livros — On Being a Real Person (Ser uma Verdadeira Pessoa).

Infelizmente, essa é a abordagem evidente em muitos púlpitos evangélicos. O púlpito sagrado se tornou um centro de aconselhamento, e os bancos da igreja, o sofá do terapeuta. A psicologia e os interesses práticos substituíram a exegese teológica; e o pregador direciona seu sermão às necessidades percebidas da congregação.

O problema é que o pecador não sabe qual é a sua mais urgente necessidade. Ele está cego quanto à sua necessidade de redenção e reconciliação com Deus e se focaliza em necessidades potencialmente reais e temporais, tais como realização pessoal, segurança financeira, paz na família e avanço profissional. Muitos sermões são elaborados para atender a essas necessidades e interesses, mas falham em proclamar a Palavra da Verdade.

Sem dúvida, poucos pregadores que seguem essa tendência intentam se afastar da Bíblia. Todavia, servindo-se de uma intenção aparente de alcançar homens e mulheres modernos e seculares “onde eles estão”, o sermão tem sido transformado em um seminário sobre o sucesso. Alguns versículos das Escrituras talvez sejam acrescentados ao corpo da mensagem; mas, para que um sermão seja genuinamente bíblico, o texto precisa estabelecer os assuntos como fundamento da mensagem — e não ser usado apenas como uma autoridade citada para fornecer esclarecimento espiritual.

Charles Spurgeon confrontou esse mesmo padrão de púlpitos vacilantes, em seus próprios dias. Alguns das mais agradáveis e mais freqüentadas igrejas de Londres tinham ministros que foram precursores dos pregadores modernos que se baseiam nas necessidades sentidas. Spurgeon — que se esforçou por atrair ouvintes, apesar de sua insistência na pregação bíblica — confessou: “O verdadeiro embaixador de Cristo sente que ele mesmo está diante de Deus e tem de lidar com as almas como servo de Deus, em lugar dele, e que ocupa uma posição solene — nesta posição, a infidelidade é desumanidade e traição para com Deus”.

Spurgeon e Baxter entendiam o perigoso mandato do pregador e, por isso, foram impelidos à Bíblia para usá-la como sua única autoridade e mensagem. Deixavam seus púlpitos tremendo, sentindo interesse urgente pela alma de seus ouvintes e totalmente cônscios de que tinham de prestar contas a Deus pela pregação de sua Palavra, tão-somente de sua Palavra. Os sermões deles foram medidos por poder, os de Fosdick, por popularidade.

O debate atual sobre a pregação pode abalar congregações, denominações e o movimento evangélico. Mas reconheça isto: a restauração e renovação da igreja nesta geração virá somente quando, em cada púlpito, o ministro pregar com a certeza de que jamais pregará novamente e como um moribundo que prega a pessoas moribundas.

Traduzido por: Wellington Ferreira

Copyright:

© R. Albert Mohler Jr.

Traduzido do original em inglês:The Urgency of Preaching.

Texto usado com permissão da Editora Fiel